domingo, 24 de janeiro de 2010

Partilho aqui uma notícia para quem ainda acha que isto tudo é um mar de rosas

Especialistas reunidos em Espanha

Aumento da violência nas escolas reflecte crise de autoridade familiar

Especialistas em educação reunidos na cidade espanhola de Valência defenderam hoje que o aumento da violência escolar deve-se, em parte, a uma crise de autoridade familiar, pelo facto de os pais renunciarem a impor disciplina aos filhos, remetendo essa responsabilidade para os professores.
 
Os participantes no encontro "Família e Escola: um espaço de convivência", dedicado a analisar a importância da família como agente educativo, consideram que é necessário evitar que todo o peso da autoridade sobre os menores recaia nas escolas.


"As crianças não encontram em casa a figura de autoridade", que é um elemento fundamental para o seu crescimento, disse o filósofo Fernando Savater.
"As famílias não são o que eram antes e hoje o único meio com que muitas crianças contactam é a televisão, que está sempre em casa", sublinhou.
Para Savater, os pais continuam "a não querer assumir qualquer autoridade", preferindo que o pouco tempo que passam com os filhos "seja alegre" e sem conflitos e empurrando o papel de disciplinador quase exclusivamente para os professores.
No entanto, e quando os professores tentam exercer esse papel disciplinador, "são os próprios pais e mães que não exerceram essa autoridade sobre os filhos que tentam exercê-la sobre os professores, confrontando-os", acusa.
"O abandono da sua responsabilidade retira aos pais a possibilidade de protestar e exigir depois. Quem não começa por tentar defender a harmonia no seu ambiente, não tem razão para depois se ir queixar", sublinha.

Há professores que são "vítimas nas mãos dos alunos"

Savater acusa igualmente as famílias de pensarem que "ao pagar uma escola" deixa de ser necessário impor responsabilidade, alertando para a situação de muitos professores que estão "psicologicamente esgotados" e que se transformam "em autênticas vítimas nas mãos dos alunos".

A liberdade, afirma, "exige uma componente de disciplina" que obriga a que os docentes não estejam desamparados e sem apoio, nomeadamente das famílias e da sociedade.

"A boa educação é cara, mas a má educação é muito mais cara", afirma, recomendando aos pais que transmitam aos seus filhos a importância da escola e a importância que é receber uma educação, "uma oportunidade e um privilégio".
"Em algum momento das suas vidas, as crianças vão confrontar-se com a disciplina" , frisa Fernando Savater.
Em conversa com jornalistas, o filósofo explicou que é essencial perceber que as crianças não são hoje mais violentas ou mais indisciplinadas do que antes; o problema é que "têm menos respeito pela autoridade dos mais velhos".
"Deixaram de ver os adultos como fontes de experiência e de ensinamento para os passarem a ver como uma fonte de incómodo. Isso leva-os à rebeldia", afirmou.
Daí que, mais do que reformas dos códigos legislativos ou das normas em vigor, é essencial envolver toda a sociedade, admitindo Savater que "mais vale dar uma palmada, no momento certo" do que permitir as situações que depois se criam.
Como alternativa à palmada, o filósofo recomenda a supressão de privilégios e o alargamento dos deveres.



2 comentários:

O ovo estrelado disse...

..a ler toda a produção literária desse filósofo o único comentário que posso adiantar e: continue assim que está no caminho da luz e da clarividência das palavras!

"as crianças não são hoje mais violentas ou mais indisciplinadas do que antes" o problema é que têm menos respeito pela autoridade dos mais velhos.

Comentário: essa falta de respeito é expressa da forma mais gratuita, pela via da violência verbal, física e psicológica.

"As crianças não encontram em casa a figura de autoridade"

Comentário: ai encontram, encontram, ao final do dia pereto do jantar, com tempo para jantar, e uma reprimenda porque está a falar à mesa enquanto está a ver televisão. A autoridade, está nos "amigos" da rua, no lixo que vêm nas mais de 4 horas diárias de televisão e no facto de não existir um verdadeiro Estatuto do Aluno que defina com rigor as obrigações, deveres, e medidas correctivas. Entenda-se por medidas correctivas, uma coisa tão simples como trabalho social nas escolas, ah" e já agora uma moldura penal que puna em vez de desculpabilizar os pobres inocentes...

"A boa educação é cara, mas a má educação é muito mais cara"

Comentário: au contraire, a má educação é de borla, por isso é tão difundida!!...carece de medidas extraordinárias (ver comentário acima!)

Os pais continuam "a não querer assumir qualquer autoridade"

Comentário: isso resolve-se com medidas promotoras da imposição da autoridade perdida,e uma moldura penal que tipifique ofensas e crimes graves contra a contra a pessoa do professor e/ou aluno com efeitos imediatos, responsabilizando pais e alunos.

Hoje estou do contra!! Também não gosto de ver a minha pequena a sangrar do nariz or estúpidez alheia!!...

Nasci Maria disse...

Não estás do contra! Estás simplesmente a concordar sem te aperceberes.
Porque se a tua pequena sangra do nariz por estupidez alheia alguém tem que se responsabilizar.
O que é de lamentar é serem cada vez menos, os que como tu, conversam com os filhos, se preocupam, primam para que eles sejam bons. Perdem tempo como tu a ajudá-los a estudar etc.
A ser do contra é contra isto tudo como eu sou!