terça-feira, 25 de agosto de 2009

Continuação do Sucesso


Recebi por email este texto e logo vi de onde vinha, façam favor de consultar o estado da Nação / População (escola) que tanto tenho falado e que dado o período necessário de descanso me tenho poupado a comentários. Mas ainda bem que os políticos do galhardete se vangloriam com seu mérito porque assim dá mais prazer em chamá-los à atenção.

Deixo-vos aqui um texto muito claro que se encontra no blogue http://www.profblog.org/ que fala sobre o sucesso agonizante que tanto se tem visto aplaudir pelo Governo e seu ministério na última semana!

Terça-feira, 25 de Agosto de 2009
Do Governo que aí vem eu não espero grande coisa. Mas gostaria de ver um ministro a pôr termo ao desvario
1. Os percursos curriculares alternativos do tipo CEFs e EFAs são apresentados à opinião pública como se fossem a derradeira estratégia para manter na escola os alunos problemáticos e, em consequência, afastá-los das ruas.2. A realidade desmente a tese. Os CEFs não mantêm os alunos na escola e não os retiram das ruas.3. Muitos alunos dos CEFs estão matriculados na escola mas não vão lá. Outros, vão à escola mas mantêm-se afastados das salas de aula. Outros ainda, vão à escola, estão nas salas de aula mas não aprendem nada de significativo.4. Quantos economistas já fizeram as contas ao custo de um aluno CEF? A opinião pública ignora que há alunos dos CEF com mais de oito professores a leccionarem turmas com meia dúzia de alunos. Há casos de professores que têm um único aluno.5. Ficaria mais barato enviar esses alunos para as melhores escolas profissionais alemãs e francesas em regime de internato com tudo pago pelo Governo português.6. Depois da destruição repentina do ensino técnico, em 1975, Portugal ficou sem know how para ressuscitar o ensino profissional. É uma área onde impera o deserto de ideias e de competências. Salvo raras excepções, o que por aí se faz com o nome de ensino profissional é apenas um simulacro do que deve ser o ensino com o claro objectivo de provocar a transferência de euros do erário público para o bolso de empresas de educação e formação. É um negócio com fracos resultados, um bom retorno para as entidades que o gerem e um mau retorno para o País.7. O que disse atrás para os CEFs e o ensino profissional é válido também para a área de negócio do Novas Oportunidades.8. Com o prosseguimento destes programas, Portugal terá, em breve, uma população altamente certificada sem qualificações, com pouca instrução e escassa formação. Gente habituada a receber dinheiro para fazer colecção de certificados mas sem capacidade empreendedora ou força anímica para vencer os obstáculos. Gente treinada a vitimizar-se por causa de uma escola sem rigor nem exigência.9. Do Governo que aí virá, depois de 27 de Setembro, eu não espero grande coisa. Mas gostaria de ver um ministro da educação a pôr fim ao desvario que eu descrevi nos pontos 1 a 7. O dinheiro é caro e escasso para ser desbaratado da forma que tem sido há duas décadas para cá.

O único facto que lamento aqui, é que há alunos nestes percursos alternativos que até gostariam de aprender e se formar como profissionais competentes, mas dado não haver qualquer critério de selecção para a via profissionalizante a não ser o combate ao abandono e insucesso escolar, qualquer alma o pode fazer, receber os respectivos subsídios e ainda se dar ao luxo de maltratar colegas e professores.
Espero, também eu, que o próximo ministro, o próximo Governo acorde para esta cegueira que nos pode levar a buracos ainda mais profundos.

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