domingo, 2 de novembro de 2008

Obras públicas só reduzem desemprego "de Cabo Verde ou Ucrânia"


Bem em sequência desta afirmação da Nelinha, logo se insurgiram contra tal afirmação, no entanto não percebo o espanto. Senão vejamos, vai-se a lisboa, porto ou qualquer grande obra Nacional e vejamos a quantidade de portugueses que lá trabalham! Vamos a um shopping a lisboa, essencialmente, e quem se vê nas limpezas?! Se há um grande número de portugueses com pouca escolaridade também os há com excesso e que efectivamente não querem esse tipo de trabalhos. Ainda estes dias fiquei surpreendida ao ver uma notícia que havia uma empresa alemã a operar em viana do castelo, que tem a oferecer emprego a 1500 trabalhadores, e que dá formação prévia uma vez que é trabalho numa área relativamente recente como sendo as energias renováveis, e não havia quem quisesse. Isto é absolutamente caricato.

Deixemos de ser um país de aparências e hipocrisias.

Uns deprimidos, outros a ameaçar com armas...Isto tá a ficar bonito tá! Pelo menos o maior devedor nacional já disse que ia pagar o que deve. A ver vamos!

E não me falem mais em crise que começo a ficar enjoada. Continuamos todos os dias a ver excentricidades no nosso país, essencialmente vindo dos nossos governantes.

3 comentários:

O ovo estrelado disse...

...aquilo que ninguém tem coragem de dizer, mas que todos sabem! estranho é vir de quem é acusado de se refugiar no silêncio!...mas de certa forma não concordo absolutamente com ela. As grandes obras públicas RAVE e NAL são necessárias neste momento mas em dose moderada! O TGV (tenho ainda sérias dúvidas da oportunidade de mais do que uma linha) fazia sentido se tivesse exploração mista mas neste momento temos um sério problema relacionado com o facto dos nosso comboios de mercadorias utilizarem a bitola ibérica e não a europeia! Mas em vez da Alta Velocidade, porque não modernizar e incrementar a nossa capacidade portuária?! A nossa vocação sempre foi o mar! Quanto ao NAL, devia ser lançado já para o ano e ser construído em módulos. As grandes obras públicas aumentam o emprego em durante a fase de obra (sobretudo) e desenvolvem as economias locais, por isso centram não só mão-de-obra estrangeira (que está disposta a trabalhar com baixos salários mas também alguma portuguesa. A Nelinha esquece-se que para além dos ucranianos e dos cabo-verdianos, existem os pequenos lojistas, as empresas de camionagem, as residenciais, os cafés, as empresas de engenharia, um sem número de micro e PME que agradecem a proximidade de um estaleiro de obra, ou um ou mais projectos acessórios. NA minha opinião a análise da Nelinha foi uma análise redutora, mas corajosa! Mas uma coisa é certa, a empregabilidade destas obras reduz-se após o início da fase de exploração. Talvez fosse mais interessante desenvolver no actual quadro económico as PME, essas sim geradoras de emprego e investimento a médio/longo prazo. Mas será que neste momento os privados têm capacidade para arriscar nesta conjuntura? A decisão de hoje do ministro das finanças em requer autorização à Assembleia da República para a nacionalização do BPN é a resposta às nossas perguntas: chegou a hora do Estado intervir! Chegou a hora do Estado definir as guidelines...e a linha neste momento é investimento público controlado! Não fazer anda é sinónimo de estagnação. E para isso já temos que sobra por aqui na capital: vende-se, arrenda-se, trespassa-se, liquidação total, fechado...são as palavras que mais se vêm! É verdade a crise enjoa, mas apesar de desmistificada por este governo vê-se e sente-se!

PS: ...então dia 8, vai uma visitinha aqui ao Marquês do Pombal?

Nasci Maria disse...

Sim aí estaremos dia 8.
Não sou a favor de parar que se note, e também não concordo em pleno com a Nelinha que diga-se de passagem não sei o que anda a fazer e qual o seu real objectivo. Já só me irrita tudo o que anda à volta disto. São todos iguais. Mas efectivamente é necessário avançar só espero que não seja mais do mesmo.

Guilherme Faro disse...

Aninha, isso acontece em todo mundo, pois o problema não está na nacionalidade e sim no ser humano. Quando você veio aqui no Rio, te levamos a uma livraria chamada Letras e Expressões em Ipanema. Ta lembrada? Pois é. É um amigo que é dono e me contou várias histórias de pessoas que estavam "passando fome" e recusaram o trabalho na livraria por causa do horário! Naquela época, ele precisava de 5 pessoas pro horário das 23 até 5 da manhã. Ele entrevistou 100 pessoas e só 2 aceitaram trabalhar nesse horário!!!! Duas!!! Sendo que a maioria, antes de saber o horário, disse que estava precisando MUITO! Diga-se de passagem que seriam 6 horas de trabalho e um salário de mais ou menos 900 euros. Não é um excelente salário, mas também não é de se jogar fora, concorda? Então, o problema está no ser humano, na maioria das vezes.