quarta-feira, 22 de outubro de 2008

Vamos lá todos unir e mostrar que somos mesmo uma classe

Venho hoje partilhar uma notícia do JN que mostra que unimos venceremos. Está nas mãos de quem efectivamente gere as escolas andar com este tipo de iniciativas para a frente. Vamos fazer-nos todos ouvir e sentir contra esta verdadeira palhaçada. Isto não traz nada a não ser desânimo e frustração numa carreira que se deve fazer muito por amor à causa que é ensinar, mas isto é simplesmente vergonhoso e castrador. E mais não digo sobre este assunto.
Educação: Professores de escola de Vila Real suspendem processo de avaliação Vila Real, 22 Out (Lusa) - Cerca de 130 professores dos 160 da Escola Camilo Castelo Branco, em Vila Real, decidiram suspender o processo de avaliação de desempenho, não entregando os seus objectivos, disse hoje fonte deste estabelecimento de ensino.
Os docentes aprovaram terça-feira uma moção contra o modelo de avaliação de desempenho aprovado pelo Governo que será enviada ao Presidente da República, Ministério da Educação, grupos parlamentares, Direcção Regional de Educação do Norte e Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE), segundo a mesma fonte.
A professora Delfina Rodrigues, uma das promotoras da iniciativa, disse à Agência Lusa que os docentes não são contra a avaliação de desempenho mas sim contra esta fórmula de avaliação.
Por isso mesmo, e enquanto esta não for reformulada, os docentes da Camilo Castelo Branco "tomam a iniciativa de suspender a avaliação do desempenho, não entregando os seus objectivos", esclareceu.
Delfina Rodrigues explicou que, se entregassem os objectivos para este ano lectivo, os professores estariam a assumir um compromisso.
E, segundo a professora, são muitas as críticas dos docentes à avaliação que o Ministério da Educação está a pôr em prática "à revelia de toda uma classe" e que a docente considera ser "perversa".
"Os profissionais não rejeitam ser avaliados, mas exigem uma avaliação construtiva e não burocrática", salientou.
Delfina Rodrigues defendeu ainda que a avaliação não valoriza o currículo dos docentes, nomeadamente o seu investimento em formação pós-licenciatura, e avalia da mesma forma um docente que falta muito e outro que não falta.
A docente considerou ainda que a avaliação está concentrada no presidente do Conselho Executivo, pelo que é "muito subjectiva".
Na moção aprovada terça-feira pelos docentes da Escola Secundária com 3º ciclo Camilo Castelo Branco de Vila Real pode ler-se que a classe docente considera este modelo de avaliação "atabalhoado, desajustado, burocrático, anti-ecológico", devido à "quantidade de árvores que vai ser necessário abater para produzir pasta de papel suficiente para todas as evidências, grelhas, fichas que o modelo comporta e obriga".
O documento refere ainda que objectivos de todos os docentes estão definidos e passam, indiscutivelmente, pelo sucesso dos seus alunos.
Porém, acrescenta, "não está na sua mão garantir resultados", pois há que contar com todo um conjunto de factores, como o meio onde a escola está inserida, a situação socio-económica dos agregados familiares, a cultura de hábitos de trabalho ou a ausência dela, ou a falta de expectativas de alunos e encarregados de educação.
A 12 de Abril e na sequência de várias horas de negociação, sindicatos e Governo definiram os termos de um "memorando de entendimento", no qual ficou acordado que em 2007/08 o modelo avançava tendo em conta apenas quatro parâmetros, aplicados de forma universal em todas as escolas, mas que em 2008/09 seriam utilizados todos os procedimentos previstos no decreto-regulamentar, entre os quais estão a definição dos objectivos individuais dos professores.
PLI.
Lusa/Fim

1 comentário:

O ovo estrelado disse...

..não há nada como aplicar aquela máxima da pena que vale mais do que a espada afiada, pois pela espada só se morre uma vez mas pela pena morre-se a cada palavra!